sabato 22 dicembre 2007

Lançamento literário!


Quem é ele?
Segundo ele disse poeticamente!
Aguardem...será lançado o livro mais polêmico de toda a história da autobiografia poética...
A autora...promete abalar as estruturas literárias no tocante aos direitos autorais e liberdade de expressão.
O lançamento está sendo esperado para meados de janeiro de 2008

martedì 20 novembre 2007

ESCRAVA ANASTÁCIA
“A escrava Santa”= Nos meios que militam as lideranças negras, femininas ou masculinas, fala-se muito sobre quem foi e como teria sido a vida e a história da “Escrava Anastácia”, que muitas comunidades religiosas afro-brasileiras, particularmente, as ligadas à religião católica apostólica romana, gostariam de propor à sua Santidade, o Papa, para que fosse beatificada ou santificada, dentro dos preceitos e dos ritos canônicos que regem este histórico e delicadíssimo processo. Pelo pouco que se sabe desta grande mártir negra, que foi uma das inúmeras vítimas do regime de escravidão, no Brasil, em virtude da escassez de dados disponíveis a seu respeito, pode-se dizer, porém, que o seu calvário teve início em 9 de abril de 1740, por ocasião da chegada na Cidade do Rio de Janeiro de um navio negreiro de nome “Madalena”, que vinha da África com carregamento de 112 negros Bantus, originários do Congo, para serem vendidos como escravos em nosso País. Entre esta centena de negros capturados em sua terra natal, vinha, também, toda uma família real, de “Galanga”, que era liderada por um negro, que mais tarde se tornaria famoso, conhecido pelo nome de “Chico-Rei”, em razão de sua ousada atuação no circuito aurífero da região que tinha por centro a Cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, “Delmira”, Mãe de “Anastácia”, era uma jovem formosa e muito atraente pelos seus encantos pessoais, e, por ser muito jovem, ainda no cais do porto, foi arrematada por um mil réis. Indefesa, esta donzela acabou sendo violentada, ficando grávida de um homem branco, motivo pelo qual “Anastácia”, sua filha, possuía “olhos azuis”, cujo nascimento se verificou em “Pompeu”, em 12 de maio, no centro-oeste mineiro. Antes do nascimento de “Anastácia”, a sua Mãe “Delmira” terias vivido, algum tempo, no Estado da Bahia, onde ajudou a muitos escravos, fugitivos da brutalidade, a irem em busca da liberdade. A história nefanda se repete: “Anastácia”, por ser muito bonita, terminou sendo, também, sacrificada pela paixão bestial de um dos filhos de um feitor, não sem antes haver resistido bravamente o quanto pôde a tais assédios; depois de ferozmente perseguida e torturada a violência sexual aconteceu. Apesar de toda circunstância adversa, “Anastácia” não deixou de sustentar a sua costumeira altivez e dignidade, sem jamais permitir que lhe tocassem, o que provocou o ódio dos brancos dominadores, que resolvem castigá-la ainda mais colocando’lhe no rosto uma máscara de ferro, que só era retirada na hora de se alimentar, suportando este instrumento de supremo suplício por longos anos de sua dolorosa, mas heróica existência. As mulheres e as filhas dos senhores de escravos eram as que mais incentivavam a manutenção de tal máscara, porque morriam de inveja e de ciúmes da beleza da “Negra Anastácia”.

Negra Guerreira



Anastácia


Um grande amigo começou a chamar-me assim carinhosamente e nossos amigos comuns seguiram seu exemplo...espalhando-se o costume resolvi estudar a história desta Negra Guerreira usando voluntariamente este apelido com muitta afeição.Muitas pessoas conheceram-me como Anastácia e chamar-me de gilmara torna-se curiosamente estranho para elas e até para mim quando elas tentam usar o nome da lei.Anastácia é hoje pra mim fonte de inspiração,respeito e carinho...Agradeço ao meu amigo do peito Peu...e a ele dedico esta imagem!

lunedì 19 novembre 2007


Salve as baianas de Acarajé!

Semana da Consciência Negra!


Semana da Conciência Negra!
Salve Zumbi....Gangazumba....
Salve a cultura afro brasileira:
Capoeira,Samba de Lata,Candomblé...
Sorriso aberto e cheio de esperanças na permanente luta contra a escravidão e o preconceito racial!

Salve a beleza negra...!
Axé...

martedì 13 novembre 2007

Que tal uma leitura gostosa?!


Te digo querido amigo
com muito amor e ternura
porque a nossa temática
está rimando com cultura
Pra fazer teatro ou dança
seja homem ou criança
não é feito sem leitura
Para administrar
para ser um bom gestor
mesmo com boa vontade
e uma pitada de amor
Fica um trabalho terrível
se o cara mesmo incrível
não for um bom leitor
Na sua rádio amigo
usando fita ou CD
pra divertir,informar
ou ensinar a comer
Para ter eficiência
utilize a consciência
com o hábito de ler
Usar o computador
que é uma coisa legal
e que hoje você chama
de cultura digital
Perde a eficiência
se na sua incompetência
não se lê o manual
Todo nosso patrimônio
quando sofre violência
deixando a população
com a brutal consequência
Houve então na leitura
irmã gêmea da cultura
perfeita deficiência

lunedì 12 novembre 2007


Na sombra da noite!


D.Ana aos 85 anos
Símbolo da resistência física tão natural na mulher negra.
Embora não mais enxergue devido ao glaucoma,com o auxílio dos outros sentidos ainda cuida de sua roupa e é exemplo de sensibilidade para todos.

domenica 11 novembre 2007


Um hotel matuto

II Feira da Economia Solidária
Salvador 08/12/06

Meu amigo não se assuste
Com o nome desse cordel
Pois esta história cabulosa
Aconteceu num hotel

Foi quando a Anastácia
Vindo do interior
Não conteve a emoção
E numa rede deitou

Deitou e logo dormiu
Passando a noite todinha
E com o corpo bem disposto
Acordou de manhazinha

Naquele dia à noite
Quando ao hotel retornou
Já ia se acomodar
Mas a rede não achou

Todo mundo preocupou-se
Com a situação gerada
A rede foi proibida
Parecia uma piada

O hotel querendo ser chique
Inventou uma besteira
De dormir sempre no quarto
Nunca em rede ou esteira

A rede lá na parede
Era apenas ornamento
O pote,o cesto,a peneira
E até nosso jumento

Representando o nordeste
Apenas na ficção
As coisas da nossa gente
Viram ornamentação

Anastácia revoltada
Pensou em protestar
Mas arranjou uma cama
E foi logo se deitar

Hoje conta esta história
Este texto em cordel
Para a gente refletir
A postura do hotel

Quando eu dormir na rede
Me senti em liberdade
Como matuta feliz
Aqui na grande cidade

As redes foram guardadas
Acharam melhor assim
Melhor seria se eu pudesse
carrega-las para mim

você que me ouviu
não caia nesta ilusão
de enxergar o nordeste
como ornamentação

o nordeste é muito lindo
mas não é enfeite não
é vida,é realidade
é nossa sustentação

sabato 10 novembre 2007

Cultura negra,cultura nossa!



Um olhar celebrativo sobre a nossa cultura traz em ângulos dimensionais extraordinários ,o que somos e temos como herdeiros das contribuições africanas.Somos filhos de Zumbi,Gangazumba,Anastácia...somos continuidade dos quilombos brasileiros...Embora muitos ainda insistem em nos escravizar,fugimos a cada conquista,dos algozes desumanos e voltamos para expor nossa identidade.Reconhecidos ou não,não somos apenas uma parcela da sociedade mas cidadãos que a tornam culturalmente significativa.As dores que ainda suportamos e que nos acompanham ao longo de nossa história são combatidas a cada passo.E a nossa caminhada continua rumo à valorização e reconhecimento que visa restituir e incentivar projetos de políticas públicas sobretudo onde o negro continua sendo explorado,marginalizado e discriminado.

Semana da consciência Negra !





Cercadas de preconceito ainda por todos os lados e das mais variadas formas exacerbadas de discriminação,a mulher negra ainda está engatinhando na luta da consciência de sua própria autonomia e auto-estima.São ainda os meios de comunicação a ditar com exclusividade os toques de beleza aceitáveis na sociedade.Os canais de tv buscam a forma menos agressiva de expor imagens de negros em seus programas como parte de suas obrigações com a lei ao exigir hoje um percentual de negros e negras,incluindo crianças nas propagandas e demais programas.Aliás,as políticas de apoio à população negra está restringindo a garantias de percentual em programas,universidades,livros didáticos numa reprodução quase integral do Apharteide americano.A mulher negra reage e mostra que sua beleza como de qualquer outra mulher nasce e afirma-se naturalmente.Que a sua auto-estima é independente de qualquer parâmetro de beleza imposto por este ou aquele produtor artístico e que por isso mesmo não deve inclinar-se diante desta ou daquela exploração.

mercoledì 7 novembre 2007

Contra o preconceito!

Teoricamente falando
Racista ninguém é
Nem é preconceituoso
Acredite quem quiser
Que uma jovem afrontou
Sendo “contra” e “a favor”
visitar o candomblé

Ela se justificou
Com desculpa esfarrapada
Dizendo que contra ‘isso”
Realmente não tem nada
Dizendo que candomblé
Ela já sabe o que é
Prefere ficar afastada

Qual seria a razão
Da posição arrogante?
Ficou o elenco pensando
Até um pouco hesitante
E eu pensava que da arte
Tudo enfim fizesse parte
Menos mente ignorante

A jovem me desculpe
Se isso lhe convier
E dê um sacudimento
Em sua idéia lelé
Peça ajuda aos orixás
A ogum e Iemanjá
Pra encarar o candomblé

Recicle a sua mente
Pois ela ainda tem jeito
Estude sua própria história
E traga ela no peito
Uma-se à negritude
Combata com atitude
A algema do preconceito

Ficar em cima do muro
É sinal de indecisão
É olhar sempre de fora
E não ter opinião
Nunca assume de verdade
A luta da comunidade
Contra a discriminação

Paro aqui o meu discurso
Este é meu ponto de vista
Me coloco a serviço
Nesta vida de artista
Contra a discriminação
E o preconceito vilão
Em nosso mundo racista

A festa do caboclo
Que pude presenciar
Foi a oitava maravilha
Foi mesmo de encantar
Eu conhecia pouco
Sobre a festa do caboclo
Agora não vou faltar

Anastacia

Desfile quase afro!

Falo de desfile afro
Uma idéia até legal
Pensando em combater
O preconceito racial
Mas é preciso atenção
Pois a discriminação
Se tornou algo normal

È um tal de dança afro
Como auge musical
Concurso até de receitas
De comida cultural
Mas a tal sociedade
Não abandona a maldade
Na maior cara de pau


O ‘Afro’ virou esporte
Programa de televisão
Virou até fantasia
Para a discriminação
Que encarnou no brasileiro
Lobo em pele de carneiro
Deixe disso meu irmão

Minha mãe já me dizia
Um provérbio popular
Quebra a cara quem não quer
A verdade enxergar
Tapar o sol com a peneira
Pra encobrir a sujeira
Para o negro tapear

Ninguém mais quer relembrar
Do tempo da escravidão
De escravo e de senhor
De senzala ou capitão
Que o negro oprimia
De noite e também de dia
Naquele velho porão

Isso é rixa do passado
Dizem os grandes escritores
Falemos da beleza afro
Ao negro demos louvores
Mesmo que hoje em dia
Vivam nas periferias
Sofrendo os mesmos horrores

O Brasil olhando o negro
E dizendo: muito bem!
Conseguiram apanhar
E ficar dizendo amém
Hoje ainda explorado
Repetindo seu passado
Da vida ficando aquém

Quero só que fique claro
Nos eventos culturais
Que afro não é enfeite
Para grupos teatrais
O negro com atitude
Com desfile não se ilude
Precisa de muito mais
Aos amigos cordelistas
Guegueu, Jotacê,Acobar,Raninho, Danilo,Maicon e Zumar
e a todos que são fonte de inspiração para os meus rascunhos,
sobretudo àqueles que me apoiaram na divulgação desta arte milenar.
Os versos aqui registrados são de cunho “intimista” como dizia Dimas, mas os coloco neste baú para que sirvam de entretenimento literário...
Vos apresento afetuosamente meus...

Rascunhos de Cordel!
Neste mundo inebriante

como um grande carrossel
Neste mundo inebriante
como um grande carrossel
cada um é universo
um grande favo de mel
Aqui quero celebrar
a cultura popular
A vida escrita em cordel!