domenica 11 novembre 2007


Um hotel matuto

II Feira da Economia Solidária
Salvador 08/12/06

Meu amigo não se assuste
Com o nome desse cordel
Pois esta história cabulosa
Aconteceu num hotel

Foi quando a Anastácia
Vindo do interior
Não conteve a emoção
E numa rede deitou

Deitou e logo dormiu
Passando a noite todinha
E com o corpo bem disposto
Acordou de manhazinha

Naquele dia à noite
Quando ao hotel retornou
Já ia se acomodar
Mas a rede não achou

Todo mundo preocupou-se
Com a situação gerada
A rede foi proibida
Parecia uma piada

O hotel querendo ser chique
Inventou uma besteira
De dormir sempre no quarto
Nunca em rede ou esteira

A rede lá na parede
Era apenas ornamento
O pote,o cesto,a peneira
E até nosso jumento

Representando o nordeste
Apenas na ficção
As coisas da nossa gente
Viram ornamentação

Anastácia revoltada
Pensou em protestar
Mas arranjou uma cama
E foi logo se deitar

Hoje conta esta história
Este texto em cordel
Para a gente refletir
A postura do hotel

Quando eu dormir na rede
Me senti em liberdade
Como matuta feliz
Aqui na grande cidade

As redes foram guardadas
Acharam melhor assim
Melhor seria se eu pudesse
carrega-las para mim

você que me ouviu
não caia nesta ilusão
de enxergar o nordeste
como ornamentação

o nordeste é muito lindo
mas não é enfeite não
é vida,é realidade
é nossa sustentação